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APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

 

Este evento foi organizado para promover um encontro entre pesquisadores; estudantes; gestores e trabalhadores da saúde e/ou da educação; pessoas de movimentos sociais e populares com o objetivo de intercâmbio e sistematização teórica-metodológica de conhecimentos, experiências, saberes e práticas de educação popular e saúde.

Esperamos a partilha de experiências e produções acadêmicas e outras produções tanto advindas de sistematização de experiências quanto de reflexões teórico-metodológicas, como de pesquisas empíricas. Esperamos trabalhos que tenham ocorrido em parceria com movimentos sociais, com profissionais de saúde e/ ou da educação, nos serviços de saúde, nas escolas, nos domicílios e nas comunidades em diversas regiões do país e no continente, envolvendo diversos grupos e populações.

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MODALIDADES DE TRABALHO

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São três as modalidades de trabalhos:

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Sistematização de Experiência – Descrições de vivências e experiências de educação popular e saúde, de âmbito local, regional ou nacional. Além de descrever o contexto, os objetivos e os atores sociais envolvidos, o autor deverá destacar os aprendizados e reflexões mobilizados a partir da experiência, alinhando-os com um ou mais eixos do evento. Diante disso, algumas perguntas que podem auxiliar nesse processo da escrita são: O que aprendemos, e como aprendemos nessa experiência? Como esse aprendizado contribui para o eixo (democracia, autonomia ou bem viver)?

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Relatos de Pesquisa – Resultados discutidos de estudos e pesquisas na perspectiva da Educação Popular e Saúde, e/ou de metodologias participativas junto a grupos ou pessoas dos territórios e comunidades. Devem apresentar um breve contexto do estudo, os objetivos e os principais resultados, discutindo-os à luz do eixo escolhido. Assim, as perguntas que podem ser respondidas nos resumos são: Em que este estudo contribui para o campo da Educação Popular e Saúde no eixo (democracia, autonomia ou bem viver)? Que conhecimentos se produziram, e que podem se colocar em diálogo com outros saberes e propostas de educação popular?

 

Ensaios, estudos e revisão: trabalhos com reflexões sobre políticas, contextos, análises de conjuntura, apontamentos para e sobre a Educação Popular em Saúde. Também neste tipo estão os trabalhos de revisão e análise do que já vem sendo produzido no que se refere a conhecimento acadêmico ou experiências ou políticas em Educação Popular em Saúde, focando-se os eixos temáticos do Encontro.

 

Os trabalhos a serem apresentados e debatidos no VI Encontro Nacional e I Encontro Latinoamericano de Educação Popular em Saúde serão limitados a um por autor principal/relator, e deverão ser produzidos considerando um dos três eixos do evento: democracia, autonomia ou bem viver. Será permitido ao participante estar como coautor em até mais 2 trabalhos.

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ESTRUTURA DOS TRABALHOS

 

Os resumos devem ser estruturados da seguinte forma: Texto de até 500 palavras, digitado em arquivos de texto editável e que abra no Word© (.doc ou .docx) , com fonte Times New Roman, tamanho 12 pt, texto justificado, e espaço duplo. O título deverá ser em caixa alta, seguindo-se, na linha abaixo, o nome do(s) autor(es). Não incluir referências bibliográficas.

 

Os trabalhos devem ser vinculados, no formulário de inscrição, a um dos três eixos temáticos abaixo:

 

​1. Democracia

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A democracia faz parte do ideário de uma sociedade justa e igualitária. Como fruto das circunstâncias históricas, no Brasil, a democracia é um projeto inacabado, que carrega marcas de governos autoritários e de uma lógica que subordina a esfera pública aos interesses privados e elitistas. É contra esse tipo de democracia, que as ideias de Paulo Freire se impõem e nos convocam a pensar modos de romper os limites colocados à participação popular, resgatando a inseparabilidade entre o plano político e a existência humana. Nesse horizonte, a educação popular se posiciona contra os processos de colonização, dominação e opressão, abordando a relação da educação com a vida e defendendo a liberdade como a condição de não sermos neutros em nossas práticas sociais, sendo nosso “direito e dever nos posicionar como educadores”, como afirmou Paulo Freire. A educação é um ato político e só pode ser libertadora se for uma práxis democrática. Com base nessas premissas, o movimento de educação popular em saúde tem defendido incansavelmente a participação popular como eixo central para uma sociedade democrática, uma forma de combate à tradição autoritária e patrimonialista que despolitiza as práticas sociais. Foi nessa perspectiva que a Política Nacional de Educação Popular em Saúde incorporou como um de seus princípios a construção do projeto democrático e popular, que diz respeito à “construção de uma sociedade justa, solidária, democrática, igualitária, soberana e culturalmente diversa que somente será construída por meio da contribuição das lutas sociais e da garantia do direito universal à saúde no Brasil, tendo como protagonistas os sujeitos populares, seus grupos e movimentos, que historicamente foram silenciados e marginalizados.”.

 

Esperamos, neste eixo, trazer as discussões sobre experiências de educação popular que versam sobre o fortalecimento da participação popular e da democracia no âmbito do Sistema Único de Saúde e pensarmos coletivamente formas de ampliar a luta em defesa do direito à saúde, preservando a autonomia e produzindo o bem viver.

 

2. Bem viver

 

A noção de Bem Viver se inscreve num horizonte político inspirado nas culturas dos povos originários, constitui uma resistência ao processo de colonização e mercantilização da vida e a busca por outro modo de organização da vida. Considerando isso, este eixo objetiva refletir sobre as possibilidades, os limites e os desafios da educação popular em saúde como linha inspiradora e norteadora do bem viver, do bem estar e da vida consciente. Debater acerca dos modelos de cuidados com a saúde, nas perspectivas eurocêntrica, afrocêntrica e indígena. Socializar experiências e conhecimentos sobre saúde, subjetividade e práticas culturais. Evidenciar experiências sobre consciência e práticas solidárias de cuidados, incluindo, práticas populares e as práticas integrativas em saúde. Partilhar conhecimentos produzidos na academia e fora dela que possibilite a produção consciente acerca de nível e qualidade de vida e saúde. Possibilitar o diálogo entre arte, cultura e espiritualidade e saúde. Apontar sugestões para fortalecer as dimensões do bem viver no bojo da saúde coletiva e no fortalecimento do SUS.

 

3. Autonomia

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Este eixo refere-se à discussão da autonomia a partir dos saberes, dos conhecimentos e das experiências em Educação Popular e Saúde e seu compromisso com a democracia e com o bem viver das pessoas. A autonomia é um conceito central na pedagogia da educação popular. Freire descreve e analisa o conceito de autonomia nas práticas pedagógicas. Esta autonomia não se refere à construção da autonomia burguesa do indivíduo autossuficiente, a autonomia se dá na relação do eu com o outro e com o mundo. É no processo de problematização da realidade, da inconformidade das respostas prontas e do determinismo histórico que o sujeito pensa seu estar no mundo, toma a palavra para interpretá-lo e compreendê-lo (FREIRE, 1996). Segundo Machado (2017) Freire apresenta um paradoxo quando discute autonomia dentre os princípios de uma pedagogia progressista, o paradoxo da autonomia/dependência (pg 53). O fundamento deste paradoxo, baseia-se na compreensão que o homem está no mundo e com o mundo. Nele a relação de autonomia está construída na ética da humanidade, e esta ética exige a solidariedade e o compromisso de uma busca do ser mais, para isso, a relação do ser com o outro é fundamental. Autonomia construída dentro desse paradoxo, da relação entre a autonomia e a dependência. Dependência no sentido radicalmente democrático, do compartilhar com o outro, de aprender com ele, construir autonomias colaborativas, portanto dependências. Na educação popular em saúde, o debate da autonomia é um tema central. Autonomia no processo educativo contribui para a libertação de si e de outros, para o desejo de intervir nesse mundo que pode ser transformado. Democracia, autonomia e bem viver são faces da realidade multifacetada.

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Os trabalhos inscritos para esse eixo devem trazer reflexões acerca dos processos de construção de autonomia na luta pela saúde, no cuidado em saúde, no campo da luta democrática. Relatos de experiências que destaquem esse processo da autonomia/dependência realizados no espaço da academia, dos movimentos sociais, movimentos comunitários, do controle social, dos serviços de saúde.

 

 

FORMA DE APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS

A ideia é de que os eixos possam agrupar trabalhos que dialoguem entre si e com a temática do evento, e que as sessões de apresentação se constituam em espaço de reflexão coletiva e dialogada, rompendo com o modelo tradicional acadêmico. Nesse sentido, salientamos que as apresentações podem e devem abusar da criatividade e sugerimos que sejam usadas diversas linguagens, tais como: linguagem artística, linguagem do cuidado e linguagem narrativa.

Assim, a(s) pessoa(s) responsável(is) pela apresentação pode(m), por exemplo, a) demonstrar ou oferecer uma prática de cuidado (podendo ser precedida de explicação oral sobre a mesma); b) expressar artisticamente seu trabalho, realizando uma dança, uma apresentação teatral, musical, poética, de cordel ou outras formas de expressão artística. Pode(m) também fazer uma narrativa da experiência, utilizando os suportes que melhor se adequam ao que está apresentando.

Não serão fornecidos equipamentos ou estrutura para utilização de projeções em power point ou pôsteres.

 

​A inscrição dos participantes e de trabalhos devem ser feitas no formulário abaixo.

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Você pode enviar o resumo de seu trabalho com sua inscrição ou agora ou mais tarde.
Caso queira enviar mais tarde, na opção
"Inscrição de trabalhos" clique em "não" finalize sua inscrição e escolha a opção alterar formulário no link enviado para seu e-mail.

 

ESTAMOS ESPERANDO O SEU TRABALHO, QUE CERTAMENTE CONTRIBUIRÁ PARA CONTINUARMOS E APROFUNDARMOS NOSSAS REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE.

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